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Jejum por tempo Indeterminado

Diante de tamanha insensibilidade social por parte do Banco Itaú e da Justiça local a senhora Elvira Cândida de Jesus decidiu entrar em processo de jejum, por tempo indeterminado, e está disposta a dar sua vida para defender seu local de moradia e de seus quatro filhos e um genro e sua única fonte de sobrevivência.

 

Começa jejum, por tempo indeterminado contra o Banco Itaú e o Judiciário em Catalão (GO).


Após fracasso da reunião realizada na ultima quinta-feira (12), o Banco Itaú rejeitou acordo para pagamento da dívida dos camponeses Elvira Cândida de Jesus Pereira e João Batista Pereira e manteve a ordem de despejo contra a família do casal de uma pequena propriedade rural no município de Catalão, no sudeste de Goiás.

 

A reunião foi mediada pelo Ministério Público Federal e contou com a participação, além do Banco Itaú e do casal de camponeses, de representantes do Movimento Camponês Popular (MCP).  Durante a reunião o Banco Itaú propôs o pagamento de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), reconhecendo assim o absurdo do valor que esta sendo cobrado na justiça de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais). Mas, vinculou o recebimento da dívida à homologação do leilão e ao despejo da família da propriedade, o que foi rechaçado pela família que luta para permanecer na terra. Diante disso, ficou claro o objetivo do Banco Itaú que não receber a dívida, mas, sim,  em exproprias a família que esta disposta a pagar a dívida junto ao Banco, mas, garantir o direito de permanecer na terra.

 

Diante de tamanha insensibilidade social por parte do Banco Itaú e da Justiça local a senhora Elvira Cândida de Jesus decidiu entrar em processo de jejum, por tempo indeterminado, e está disposta a dar sua vida para defender seu local de moradia e de seus quatro filhos e um genro e sua única fonte de sobrevivência. Em solidariedade a família, o camponês e membro da Direção do MCP, Ronaldo Rodrigues da Costa, também entrou em jejum para conclamar por justiça.

 

A senhora Elvira Cândida de Jesus mesmo sabendo que o povo brasileiro, de longe, considera o poder judiciário, o mais injusto, o mais antidemocrático, o mais corporativo, o mais servil aos interesses dos ricos, como vem ocorrendo no caso do Itaú, ainda mantém esperança no cancelamento do leilão, especialmente porque quando foi feito o financiamento do PRONAF, seu João deu como garantia a penhora de animais e a hipoteca da terra, mas, estranhamente, o Judiciário de Catalão em vez de executar a penhora, que seria uma forma menos agravante, leiloou a terra, por menos da metade de seu valor e, agora, quer despejar a família que não tem para onde ir.

 

Diante de tantas tentativas, sem sucesso, para solucionar o problema e garantir sua única fonte de moradia e de sobrevivência, a senhora Elvira Cândida de Jesus entrou em jejum para exigir que:

 

1)      O Banco Itaú peça imediatamente o cancelamento do Leilão.

 

2)      O Judiciário de Catalão cancele o leilão de sua terra.

 

3)      O Ministério da Justiça, dado ao clima de medo instalado na região após a violência da Polícia Militar de Goiás e as ameaças sofridas por varias pessoas, intervenha para garantir a segurança das pessoas que estão sendo ameaçadas.

 

4)      O Governo Federal - que até agora mesmo tendo conhecimento do caso, através do MDA, nada fez - intervenha junto ao Banco Itaú para que o mesmo apresente o valor atualizado da dívida, baseada na resolução 4.028 do Banco Central, que permite a repactuação de dívidas. Além disso, como na propriedade tem investimento do Governo Federal do Minha Casa Minha, através do Programa Nacional Habitação Rural (PNHR) e que se quer constam nos autos do processo de leilão da terra.


 

 


 

 

 
 
 
 
 

Fonte: UFG/CAC/GETeM